Parkinson e a qualidade de vida

A qualidade de vida relacionada à doença (QVDP) se tornou um novo capítulo da Medicina. Este é o resumo que o médico neurologista, Telmo Reis, faz do livro intitulado "Doença de Parkinson: Busca da Qualidade de Vida". De acordo com ele, a área médica passou a considerar que os portadores de doenças crônicas convivem, às vezes, vários anos com determinada doença, a exemplo de Parkinson. A partir de então, informou que especialistas do ramo criaram um conjunto de medidas de bem-estar que possibilitassem aos pacientes, no decurso da doença, uma melhor qualidade de vida.
A grande transformação da Medicina, na avaliação do Dr. Telmo, é a determinação dos médicos proverem ao paciente todas as condições para ele viver melhor. Como exemplo, o especialista cita um diagrama, no qual, antigamente, o médico ficava na posição central em grau de importância. Hoje, porém, ele entende que o paciente é quem ocupa este lugar, ou seja, no centro das atenções. E, na periferia do diagrama, estão todos os fatores provedores de bem-estar do paciente no convívio com a doença, a exemplo do apoio da família, de atenção multidisciplinar terapêutica, do psicólogo e psiquiatra, do neurologista, da capacidade física, entre outros.
Dr. Telmo explicou, ainda, que o Parkinson é uma doença neurodegenerativa que evolui por muitos anos, até décadas, compromete os movimentos, reprime a cognição e afeta o temperamento e diversas outras funções dos pacientes, que acabam passando por muitas privações. De acordo com a Organização Mundial da
Saúde (OMS), existem cerca de 160 a 200 casos por 100 mil habitantes do Brasil e demais países.
"Relacionado ao paciente, qualidade de vida tem a ver com sua integralidade. Ao neurologista, a quem cabe a definição do diagnóstico correto e o desenho da melhor orientação terapêutica, resta apenas uma fração de tudo que é necessário para sustentar o melhor bem-estar possível de quem tem doença de Parkinson (o que vale também para outras doenças crônicas)", afirmou o especialista.
Ele acredita que a ciência e a tecnologia poderão, em breve, fornecer novos subsídios para impedir a progressão da doença, como o surgimento de drogas mais eficientes, além de ações e atitudes que sirvam como facilitadores. No livro, o autor aborda os meios necessários para se obter qualidade de vida e, depois, tudo o que for necessário for para preservá-la, a exemplo de cuidados e medidas no curso evolutivo da doença de Parkinson. A obra contempla, com destaque, a opinião de 10 especialistas, todos com considerável experiência no estudo da doença de Parkinson, particularmente comentando a busca da qualidade de vida.
"A qualidade de vida é o produto desse novo interessa da Medicina no sentido de oferecer ao paciente tudo aquilo que ele necessita para poder viver melhor", finalizou.

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